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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Assista a este anime - Sailor Moon Crystal




Em 2012, quando a série de TV de Sailor Moon completou 20 anos, veio o anúncio de que uma nova animação, batizada de Sailor Moon Crystal, seria feita pelo estúdio Toei Animation. Foi uma notícia muito boa para quem acompanhou a série pela finada Manchete ou pelo Cartoon Network e cultivava uma grande nostalgia em torno da criação de Naoko Takeuchi. Entretanto, foram necessários dois anos para que a nova série fosse lançada, já que alguns adiamentos ocorreram pelo caminho. A estreia só ocorreu em julho de 2014, com transmissão mundial simultânea pelo site Niconico Douga.

Acompanhei parte da série clássica de Sailor Moon pela Manchete, que exibia o anime no horário da manhã, em 1996. Na época, as revistinhas de notícias sobre quadrinhos e séries de TV, como a Herói, da editora Nova Sampa, e a Heróis do Futuro, da editora Press, eram as únicas fontes de informação disponíveis sobre animes. Era apenas através delas que conseguia saber algo mais sobre Naoko Takeuchi e suas Sailors. Foi em torno dessa rede de elementos – infância, rede Manchete, revistinhas que meu pai comprava - que guardei com muito carinho tudo aquilo que lembrava Sailor Moon.

A chegada de Sailor Moon Crystal, em 2014, não me animou nem um pouco em acompanhar o reboot. Quase duas décadas depois de ter visto a série clássica, senti apenas decepção, porque o “parâmetro de qualidade” que eu tinha era a série antiga. Foi como se estivessem fazendo remendos em algo que já estava pronto, finalizado. Lembro que falei: “Esse reboot de Sailor Moon deve ser ruim, a começar pelo character design dos personagens! Nossa, que feio!”.

DESCULPA, USAGI!

Eu criei uma certa resistência, afinal a série clássica fazia parte daquela época boa da infância, e qualquer coisa que tentasse substituí-la seria um desastre. Mas nessa última semana que antecedeu o Natal fiz uma maratona das temporadas disponíveis de Sailor Moon Crystal – já foram exibidas três até agora - para, a partir daí, tirar minhas impressões sobre o reboot. E mordi minha língua, porque o que assisti foi algo realmente bom!


Impressões e comparação

Cada uma das fases – ou arcos – de Sailor Moon Crystal é composta de 14 a 12 episódios de menos de 30min de duração. Já foram exibidas três fases até agora: Dark Kingdom, Black Moon e Death Busters. Dark Kingdom corresponderia ao que foi exibido pela Manchete, mas de forma bem sucinta. Aliás, não sei se “corresponder” seria adequado, já que a série clássica dos anos 90 continha muitos fillers, e o propósito de SMC é seguir fielmente o mangá. A próxima fase, que começa no primeiro semestre de 2017, será a de Dead Moon Circus.


Na nova série, Usagi mantém suas características mais conhecidas: desleixada nos estudos, romântica, desastrada, fominha, chorona etc. Mas senti em SMC que ela sofre muito, o que ocorre talvez porque nesta nova série o drama não fica diluido em historinhas bobas, como os fillers da série anterior. A ação e a tensão aparecem mais concentradas, e não se perde tempo com episódios que não acrescentam ao enredo. Coadjuvantes como Naru, Umino e Motoki – conhecidos na versão da Gota Mágica como Molly, Kelvin e Andrew – permaneceram, mas não ganharam episódios dedicados a eles.

Perder o horário, quem nunca?

Usagi e Mamoru tem um relacionamento muito bom – digamos que há um clima lovey-dovey entre os dois, muito melhor do que aquele clichê típico de novela, em que o casal não se bica por um longo período até que a implicância se transforma em amor. A transformação deles em casal se dá até rápido – amém! -, o que me interessou bastante. Os beijos e as demonstrações de carinho são mais frequentes também <3


Tuxedo Kamen tirando casquinha 😘
 
( ͡° ͜ʖ ͡°)

Rápida também é a revelação de cada uma das Sailors cuja missão é acompanhar a Sailor Moon/Usagi na luta contra o mal. Basicamente, a primeira fase apresenta Ami, Rei, Minako e Makoto em episódios quase que seguidos, diminuindo bastante o intervalo entre o aparecimento de cada guerreira lunar. Mamoru/Tuxedo Kamen também tem um desenvolvimento rápido na trama, se envolvendo com Usagi nos primeiros episódios.

As Sailors que não aparecem na fase clássica, como ChibiMoon, Netuno, Urano, Plutão e Saturno, são bem aproveitadas na segunda e terceira fases de SMC. Confesso que estava ansiosa para vê-las em ação, pois não acompanhei as fases exibidas pelo Cartoon Network. Haruka, Michiru, Setsuna e Hotaru, apesar de parecerem não muito amigáveis quando surgem, mostram-se fortes, protetoras e preocupadas com as demais Sailors.



Sobre a animação

A animação em si é muito boa, como é de se esperar de um reboot produzido em 2014. Na primeira fase, a transformação das Sailors contém uma textura bem diferente da animação tradicional, já que parece que inseriram algo de computação gráfica nos movimentos. Veja abaixo a diferença entre o make up da primeira fase e a terceira.



A primeira fase não me atraiu muito em relação ao character design: as Sailors estão muito magras, o rosto muito angular, e o desenho dos olhos parece bem desproporcional. A cabeça das Sailors, dependendo do ângulo, torna o desenho das personagens meio grosseiro. O character designer melhorou muito a partir da terceira fase, com suavização dos traços do rosto e melhoras na proporção da cabeça. Os olhos ficaram mais arredondados e combinaram melhor com a beleza das meninas.
 
1ª fase - Dark Kingdom
3ª fase - Death Busters

As cores usadas no reboot são mais sombrias, refletindo a tensão da história e o drama por trás de alguns personagens. Não sei se é algum tipo de tendência, mas depois que assisti a Mahou Shoujo Madoka Magica comecei a ver que o mundo das guerreiras mágicas de anime do século XXI não segue mais aquela explosão de cores das mahou shoujo dos anos 90.

A abertura e o encerramento não mantiveram as músicas das séries anteriores. No encerramento há mais opções, como a música de Tuxedo Kamen, o encerramento com ChibiMoon e o casal Haruka e Michiru.


Conclusão

Como já disse anteriormente, mordi minha língua julgando Sailor Moon Crystal sem ao menos ter visto um episódio da série. O enredo de cada episódio segue cada capítulo do mangá, sem a encheção de linguiça comum a séries de sucesso. O humor ainda está lá, mas comedido, e isso é bom, pois deixa a série bastante focada na ação e nos dramas dos personagens. Os antagonistas são fracos, seguem um padrão de atuação que já deixa antever o resultado, mas o que importa é entreter os fãs, e não transformar a série em objeto de análise mais aprofundada.

O clima de romance entre Usagi e Mamoru é bom, achei que eles estão soltinhos até demais para um padrão japonês. Mamoru se importando muito com Usagi e ChibiUsa é uma das coisas mais agradáveis de assistir em Sailor Moon Crystal!

Se você não assistiu a SMC, sugiro que confira, o resultado está muito bom! Fiz a maratona em quatro dias e me arrependi, porque o negócio acabou rápido mesmo. Agora é aguardar março de 2017 para a quarta temporada, torcendo para que ela mantenha a mesma empolgação das fases anteriores.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Resenha: Trilogia do Castelo Animado - Parte I




O Castelo Animado
Diana Wynne Jones
Tradução de Raquel Zampil
Galera Record
318 páginas


Diana Wynne Jones, escritora britânica falecida em 2011, deixou uma vasta obra, composta de mais de 50 títulos publicados em quatro décadas de carreira. Dentre os vários enredos fantásticos criados pela prolífica autora, uma série desponta como uma de suas obras mais famosas: a Trilogia do Castelo Animado. No Brasil, o selo infanto-juvenil Galera Record, pertencente à editora Record, trouxe o primeiro livro da série em 2007, tendo encerrado a trilogia  em 2010. A boa recepção do público aos enredos de Diana Wynne Jones motivou a editora carioca a trazer mais dois títulos da britânica, O Vitral Encantado e Tesourinha e a Bruxa, ambos não relacionados com o universo da trilogia que resenharei aqui.

O Castelo Animado, primeiro livro da trilogia, talvez seja o título mais conhecido de Wynne Jones, já que o diretor japonês Hayao Miyazaki e seu Stúdio Ghibli transformaram o enredo em um longa-metragem animado em 2004. A reputação de Miyazaki e a boa adaptação do livro ajudaram a divulgar o nome e os trabalhos da escritora em vários países onde provavelmente ela nem seria publicada. Lendo algumas resenhas do livro na rede social literária Skoob, dá para ver que muitos leitores só foram conhecer Diana Wynne Jones após terem assistido ao filme do diretor japonês.


Os demais livros da trilogia, O Castelo no Ar e A Casa dos Muitos Caminhos,  não foram adaptados para o cinema. Isso não quer dizer que eles sejam ruins, muito pelo contrário. São duas histórias independentes em relação ao primeiro livro, com protagonistas distintos, mas que de alguma forma se envolvem com a magia. Os personagens do Castelo Animado fazem aparições nos últimos dois títulos, não apenas porque as localidades em que se passam as três histórias sejam vizinhas, mas porque Sophie e cia podem ajudar, através da magia, a resolver os problemas enfrentados pelos protagonistas.


O Castelo Animado

Segundo um velho ditado no reino de Ingary, nas famílias que possuem três filhas, a mais velha será a primeira a fracassar quando todas elas partirem de casa em busca da própria sorte. Sophie Hatter, 18 anos, é a garota “sortuda” do ditado, e por isso já está conformada com seu provável destino. Filha de um próspero vendedor de chapéus, ela vive confortavelmente em Market Chipping ao lado de suas irmãs Lettie e Martha, até que chega o dia em que a saída de casa se torna inevitável.

A morte do pai provoca uma mudança na família Hatter: Fanny, mãe de Martha e madrasta das outras duas meninas, precisa encaminhá-las para a vida lá fora, já que não poderá sustentá-las. Lettie é enviada para trabalhar em um restaurante famoso de Market Chipping, o Cesari's; Martha vai virar aprendiz de feiticeira com a Sra. Fairfax; e Sophie, por ser a mais velha, herda o negócio da família. Não é muito legal e nem interessante cuidar de chapéus, mas ela já está acostumada a costurar e a conversar com os modelos postos à venda na chapelaria.

Em mais um dia trabalhando na loja, Sophie é surpreendida pela visita da Bruxa das Terras Desoladas, que acusa a garota de se meter em seus planos. Sophie não entende o que a bruxa quis dizer com isso e é atingida por um poderoso feitiço, que a transforma em uma idosa de 90 anos no mesmo instante. Sem saber como voltar ao normal e com medo de não ser reconhecida pelas irmãs e por sua madrasta, a Sophie idosa sai de casa e segue sem rumo, até parar no Castelo Animado do terrível mago Howl.

Segundo boatos que correm em Ingary, o mago é conhecido por seduzir mulheres e devorar seus corações. Mesmo sabendo do risco que corre, Sophie tenta a sorte no castelo de Howl, onde desempenhará vários serviços domésticos, para desespero do mago. Lá, ela conhecerá o jovem Michael, aprendiz de Howl, e o demônio do fogo Calcifer, responsável por manter o castelo em movimento. Ao lado de seus companheiros de viagem, Sophie tentará, através de um perigoso acordo, quebrar o feitiço e retomar sua vida normal. Só que a Bruxa das Terras Desoladas está atrás de Howl, o que poderá atrapalhar a volta de Sophie ao seu estado normal.

Minhas impressões
Como vários leitores, só fui conhecer o livro depois de ter visto o filme. Fiquei encantada pelo mago Howl mostrado no longa, retratado como um jovem cavalheiro e gentil, além de lindo. Quando peguei o livro, reparei que o Howl criado por Diana Wynne Jones era descrito como um jovem bonito também, só que com o caráter duvidoso: canalha, evasivo, drama queen, extremamente vaidoso, impaciente e arrogante. Sophie também é mostrada de maneira diferente no livro, sendo uma garota de gênio forte, que fala o que pensa, curiosa e enxerida. No filme, ela é mais contida e um pouco tímida, não mostra a mesma determinação da garota/idosa retratada no livro.

Para fazer esta resenha, tive que reler o livro e assistir ao filme novamente porque não me lembrava de várias coisas da história Depois me dei conta de que Miyazaki fez muitas “gambiarras” no enredo, talvez para que o filme tivesse uma duração razoável. É mais ou menos como se ele tivesse criado uma nova história, mantendo o plot do livro mas mudando muitas coisas ao redor. O resultado dele ficou bem interessante, apesar das muitas omissões feitas em relação ao enredo original.

Com relação ao livro, é possível ver como Sophie sai de um estado de monotonia para viver situações que ela nunca havia imaginado. Sua vida ganha movimento justo no momento em que ela vira uma velhinha de 90 anos. A avançada idade permite certas liberdades que ela não teria se ainda fosse uma jovem de 18 anos e vendedora na chapelaria da família. Para desespero de Howl, Calcifer e Michael, Sophie não fica quieta por muito tempo, está sempre procurando algo para fazer, como mostra sua mania de limpar e organizar o que não precisa (ou o que Howl não quer que ela mexa).

Howl tem seus vários defeitos, mas demonstra ter bom coração. Seu talento para a magia, potencializado pelo contrato feito com Calcifer, é um perigo e também uma vantagem contra a Bruxa das Terras Desoladas. A magia também é utilizada para fins mais banais, como fazer com que moças ingênuas fiquem apaixonadas por ele. Em boa parte do livro, Howl passa muito tempo fora para ir atrás de garotas, levando com ele boa parte do dinheiro obtido com os feitiços vendidos às pessoas comuns.

A trama de Castelo Animado é bem estruturada, os personagens são bem construídos e com características que fogem de clichês. Sophie não fica parada esperando que o herói a salve, Howl não é exemplar em termos de caráter e Calcifer não é um demônio cruel. Graças a este último, o castelo pode estar em vários locais ao mesmo tempo, mudança que é controlada através de um disco colorido ligado à porta principal. Através dela, a história muda constantemente de cenário e novos personagens ligados ao passado de Howl surgem.

O Castelo Animado é um excelente livro, que mostra um universo mágico de modo simples, sem se ater a muitos detalhes, como descrever todos os ingredientes de um feitiço. Simplicidade que não quer dizer que a história seja pobre ou fácil demais, mas que diz o que precisa ser dito sem enrolar o leitor. A trilogia do Castelo é uma ótima oportunidade para quem deseja conhecer Diana Wynne Jones e depois trilhar por conta própria pelos vários títulos e mundos fantásticos criados por ela.

Astral do livro


Avaliação

 

domingo, 27 de dezembro de 2015

Leia este mangá: Tamen de Gushi


Conheci essa webcomic/mangá/manhua chinês através do Tumblr, visitando randomicamente alguns blogs dedicados aos mangás shoujo. Lembro que vi algumas imagens muito bonitas, de um casal em várias situações cotidianas. O traço, que achei que fosse de algum mangá, logo me interessou, e então fui saber do que se tratava após fuçar outros blogs.
Sun Jing e Qiu Tong

Segundo o que li no Tumblr, a/o artista responsável pela webcomic, Tan Jiu, postou suas ilustrações em redes sociais, como o Pixiv – um site japonês para ilustradores mostrarem seus portfólios. As ilustrações retratando um casal logo ficaram famosas, e os apreciadores ficaram curiosos para saber se Tan Jiu tinha pretensão de transformar os personagens em protagonistas de alguma história.

Para sorte dos fãs de Tan Jiu, o romance por trás das famosas ilustrações virou a webcomic Tamen de Gushi, postada periodicamente na página do/a artista na rede social chinesa Weibo. São pequenos capítulos, com uma estrutura que se assemelha ao das tirinhas cômicas japonesas, conhecidas como yonkoma. Fiquei surpresa, pois não imaginava que a webcomic fosse Shoujo Ai/Yuri (não sei qual a classificação em chinês, hahaha), já que eu via um casal hétero quando batia o olho nas ilustrações. Foi bem tosco quando descobri isso, o que não tirou meu desejo de acompanhar o romance entre as protagonistas.

Sobre a história
Sun Jing e Qiu Tong são duas estudantes chinesas, de escolas diferentes. Ambas pegam o mesmo ônibus, no mesmo ponto. Sun Jing, reparando na beleza de Qiu Tong, começa a despertar algum interesse sobre esta última. Decidida a fazer amizade com Qiu Tong, Sun Jing tenta abordá-la, mas a  timidez a impede de falar e o plano vai por água abaixo.

Através de um colega de escola, que conhece pessoas ligadas a Qiu Tong, Sun Jing acaba descobrindo o nome e o local onde estuda seu alvo amoroso. Com coragem, ela vai atrás de Qiu Tong e se apresenta, mas a outra, com receio do que ocorreu anteriormente (e pensando que Sun Jing é uma doida), sai correndo. Felizmente, o mal-entendido é desfeito e as duas se tornam amigas.  Só que Sun Jing tenta, em várias ocasiões, descobrir se Qin Tong sente algo mais forte por ela.

Minhas impressões
Depois da surpresa em saber que Tamen de Gushi era, na verdade,  um romance entre duas garotas, fiquei mais surpresa ainda quando vi que havia uma espécie de subplot yaoi. Enquanto as protagonistas puxam a história para o Shoujo Ai/ Yuri, os personagens Qin Xiong e Xuezhang enveredam pelo Shounen Ai/Yaoi (romance entre garotos). Não tem nada de apelativo ou pornográfico no enredo, como talvez alguns possam pensar; os romances ficam naquele terreno do amor idealizado, puro, sem malícia. Bem, pelo menos já se passaram 85 capítulos e nada de beijos também…

Tamen de Gushi é muito fofo: Sun Jing tenta falar o que sente para Qiu Tong, mas essa é meio lerda para saber o que a outra quer dizer. Mop Head, o amigo de Sun Jing, é quem serve de muro das lamentações quando a garota fica desanimada com o andar do relacionamento com Qiu Tong. É dele, aliás, algumas das passagens mais cômicas da história, principalmente quando cai nas brincadeiras idiotas de sua amiga.

A parte ruim de Tamen de Gushi é que os capítulos são MUITO curtos, em que cerca de seis cliques no mouse significam que o capítulo já terminou. E que você tem que esperar cerca de duas semanas até que Tan Jiu lance umas seis imagens para compor mais um capítulo. Triste, mas é o ritmo de trabalho dela/dele.

Tamen de Gushi
é um romance leve e bem-humorado, com um traço muito bonito de Tan Jiu. Se você não se importa de esperar para ler um romance em conta-gotas, acredito que vale a pena experimentá-lo. Torço muito pelo romance das duas meninas, mas Tan Jiu parece que quer matar os leitores de ansiedade quando lança uns poucos quadrinhos da história a cada mês.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Sobre o blog


Este blog foi criado com o intuito de destacar a literatura oriunda da China, da Coreia e do Japão. Enquanto a maioria dos blogs literários abrange títulos das mais variadas nacionalidades, este aqui preferiu focar em um nicho, de maneira a ajudar a divulgar a literatura dos países citados.

Caso tenha alguma sugestão de livro que ainda não foi colocado neste blog, entre em contato pelo formulário, localizado na parte lateral do blog.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Futuros lançamentos da Estação Liberdade


A Estação Liberdade disponibiliza todo ano um catálogo em pdf com os títulos já lançados e os que ainda estão em processo de publicação. De acordo com o catálogo mais recente, voltado para o ano de 2016, há  seis títulos de domínio oriental sendo trabalhados pela editora.

Os títulos no prelo são: O Museu do Silêncio e A Fórmula do Professor, ambos de Yoko Ogawa; Botchan, de Natsume Soseki, e Guerra de Gueixas, de Nagai Kafu (domínio japonês); No País do Cervo Branco, de Chen Zhongshi, e O Garoto do Riquixá, de She Lao (domínio chinês). Infelizmente, não temos nenhuma novidade no domínio coreano.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Resenha: Tsugumi


Tsugumi
Banana Yoshimoto
Estação Liberdade
Tradução de Lica Hashimoto
184 páginas

Após anos sendo ignorada pelas editoras brasileiras, a autora japonesa Banana Yoshimoto teve, finalmente, mais um título lançado no país. Além de Kitchen, publicado em 1988 pela Nova Fronteira, os leitores agora podem apreciar Tsugumi, lançado em outubro com tradução direta do japonês pela Estação Liberdade. Cabe ressaltar aqui que Kitchen atualmente só pode ser encontrado em bibliotecas ou sebos – e eu, se fosse você, iria logo no site da Estante Virtual ou do Livronauta para saber onde adquirir um exemplar, pois é um título que vale a pena ler e ter na estante.

A narradora de Tsugumi é Maria Shirakawa, uma estudante universitária de Tóquio que possui boas lembranças do interior do Japão, mais precisamente da península de Izu, onde morava na Pousada Yamamoto, pertencente aos seus tios. Nos anos em que ficou na pousada, morando com sua mãe até que seu pai resolvesse questões referentes a um relacionamento anterior, Maria convivia com suas primas Yoko e Tsugumi, de temperamentos bem diferentes. Tsugumi, a prima mais nova, dona de uma saúde frágil desde o nascimento, cresceu cercada de paparicos de toda a família, o que talvez tenha contribuído para que ela virasse uma jovem mandona e de gênio forte. Cruel nas palavras e nas travessuras, orgulhosa e impulsiva, Tsugumi é aquela criança pirralha que, sabendo do incômodo que causa, aumenta a carga da pentelhice para irritar ainda mais as pessoas. Yoko, por sua vez,  é emotiva e gentil, totalmente o oposto da irmã caçula.

Durante o período de férias da universidade na capital japonesa, Maria é convidada por Tsugumi para passar alguns dias na pousada Yamamoto. Entusiasmada para voltar ao local de infância, sentir o cheiro do mar e relembrar os velhos tempos na pousada, Maria vai a Izu presenciar novas confusões de prima encrenqueira. Os dias de febre e fraqueza não impedem Tsugumi de causar preocupações a todos, sumindo do nada ou executando seus planos sem se preocupar com as consequências.


Minhas impressões

Já havia lido Kitchen algum tempo atrás, e por isso fiquei entusiasmada quando a Estação Liberdade havia colocado Tsugumi como provável lançamento da editora em um catálogo do ano de 2014. Passaram-se meses desde que vi o arquivo com os futuros títulos, e desde então nada de anúncio oficial com data de lançamento, o que me deixou um pouco preocupada. Como havia ocorrido com outros livros de autores japoneses, os títulos previstos sairiam sim, era apenas uma questão de ter paciência e baixar a ansiedade. Felizmente a editora cumpriu o que estava previsto e resgatou Banana Yoshimoto do limbo dos escritores que esperam por uma segunda chance de publicação.

Tsugumi, a personagem-título, é irritante mesmo, principalmente com Maria. Esta teve de aturar vários momentos de infantilidade de sua frágil prima, mas compreendeu que seria um esforço inútil tentar mudar o comportamento da garota. Em um episódio engraçado envolvendo a figura do avô que acabara de falecer, Maria cai em mais uma traquinagem arquitetada pela prima caçula, só que no final resolve ceder à brincadeira idiota e de mau gosto de Tsugumi. Daí em diante, as duas garotas tornam-se confidentes uma da outra, sendo que Tsugumi possui seu jeito peculiar de mostrar apreço pelos outros. É uma orgulhosa e uma peste, afinal.

Para Maria, Tsugumi vive em universo imaginário particular. Na hora de agir, a menina não pensa nas consequências que seus atos infantis podem trazer. Enquanto a cabeça se presta a tramar vinganças e travessuras, a boca espera o momento adequado para soltar pérolas e dizeres rudes, e o corpo planeja de onde tirará as forças necessárias para colocar os planos da garota em ação. Para a prima caçula de Maria, não interessa muito se a soma desses fatores resultará em mais uma semana doente, o importante é ter êxito nos objetivos. 


Gosto do modo acessível como Banana Yoshimoto escreve seus enredos contemporâneos, contando histórias simples e cativantes sem se alongar em passagens desnecessárias. Por outro lado, acho uma pena que os livros dela sejam muito breves, daqueles que, quando a gente se apega fácil, eles já estão chegando ao fim. Quando eu começava a tomar um certo apreço por Tsugumi, a autora, através de Maria Shirakawa, já vinha preparando o terreno para encerrar a história. Ah, droga.

Tsugumi foi um bom lançamento da Estação Liberdade, que está retomando a publicação de autores japoneses há um bom tempo esquecidos no catálogo.  A editora resgatou, além de Banana Yoshimoto, Osamu Dazai e Yasushi Inoue, autores cujos títulos haviam sido publicados no Brasil nas décadas de 1970 e 1980. Espero muito que tragam todos os demais títulos de Yoshimoto, como N.P., Amrita, Lizard, entre outros, não porque sejam da mesma autora, mas porque sinto falta de publicações de escritoras japonesas. Já temos livros das autoras Hiromi Kawakami e Natsuo Kirino, mas são ainda poucos títulos em relação a autores masculinos, como Junichiro Tanizaki, Yasunari Kawabata, Yukio Mishima e Haruki Murakami.


Astral do livro:

Avaliação:




domingo, 6 de dezembro de 2015

Os 50 livros indicados por Hayao Miyazaki


Pegando o embalo do post sobre When Marnie was there, que foi adaptado pelo estúdio Ghibli e virou uma animação esplendorosa, vou colocar aqui a lista dos 50 livros indicados pelo diretor Hayao Miyazaki, um dos fundadores desse estúdio renomado. A lista eu peguei do Ghibli Wiki (http://www.nausicaa.net/wiki/).

A maioria dos livros não possui tradução para o nosso português. Os que foram traduzidos por editoras brasileiras estarão indicados na terceira coluna da lista.


Título Autor(a) Versão em português e editora
The Borrowers Mary Norton Os pequeninos Borrowers - Editora Martins Fontes
The Little Prince Antoine de Saint-Exupéry O pequeno príncipe – várias editoras
The Six Bullerby Children (Children of Noisy
Village)
Astrid Lindgren -
When Marnie was there Joan G. Robinson -
Swallows and Amazons Arthur Ransome -
The Flying Classroom Erich Kästner -
There Were Five of Us Karel Poláček -
What the Neighbours Did, and Other Stories Ann Philippa Pearce -
Hans Brinker, or the Silver Skates Mary Mapes Dodge Os patins de prata – editora Abril, editora
Paulinas, Ediouro
The Secret Garden Frances Hodgson Burnett O Jardim Secreto – Companhia das Letras, Scipione, Editora 34, Ediouro
Eagle of the Ninth Rosemary Sutcliff A águia da Nona – Galera Record
The Treasure of the Nibelungs Gustav Schalk -
The Three Musketeers Alexandre Dumas pai Os três mosqueteiros – Zahar, Martin Claret
A Wizard of Earthsea Ursula K. Le Guin O mago de Terramar, As tumbas de Atuan - Brasiliense
Les Princes du Vent Michel-Aime Baudouy -
The Flambards Series K. M. Peyton -
Souvenirs Entomologiques Jean Henri Fabre -
The Long Winter Laura Ingalls Wilder O Longo Inverno – Record
A Norwegian Farm Marie Hamsun -
Heidi Johanna Spyri Heidi – Abril, Ediouro
The Adventures of Tom Sawyer Mark Twain As Aventuras de Tom Sawyer – várias editoras
Little Lord Fauntleroy Frances Hodgson Burnett O pequeno lorde – Editora 34, editora Abril, Melhoramentos, Editora Technoprint
Tistou Les Pouces Verts Maurice Druon O menino do dedo verde – José Olympio
Editora
The Adventures of Sherlock Holmes Arthur Conan Doyle As Aventuras de Sherlock Holmes –
Melhoramentos, Martin Claret, Zahar
From the Mixed-Up Files of Mrs. Basil E. Frankweiler E. I. Konigsburg -
The Otterbury Incident Cecil Day-Lewis -
Alice's Adventures in Wonderland Lewis Carrol Alice no País das Maravilhas – Zahar, L&PM
The Little Bookroom Eleanor Farjeon -
The Forest is Alive or Twelve Months Samuil Yakovlevich Marshak -
The Restaurant of Many Orders Kenji Miyazawa -
Winnie The Pooh A. A. Milne Winnie Puff – Editora Martins Fontes
Nihon Ryoiki Kyokai -
Strange Stores from a Chinese Studio Pu Songling -
Nine Fairy Tales: And One More Thrown in For Good Measur Karel Capek -
The Man Who Has Planted Welsh Onions Kim So-un -
Robinson Crusoe Daniel Defoe Robinson Crusoé – L&PM, Martin Claret, BestBolso, Record, Companhia das Letras
The Hobbit J. R. R. Tolkien O Hobbit – Editora Martins Fontes
Journey to the West Wu Cheng'en -
Twenty Thousand Leagues Under the Sea Jules Verne 20 mil léguas submarinas – Zahar, Martin
Claret
Il Romanzo di Cipollino Gianni Rodari -
Treasure Island Robert Louis Stevenson A ilha do tesouro – Record, Martin Claret, L&PM
The Ship That Flew Hilda Winifred Lewis -
The Wind in The Willows Kenneth Grahame O vento nos salgueiros – Editora Moderna, Editora Salamandra
The Little Humpbacked Horse Pyotr Pavlovich Yershov -
The Little White Horse Elizabeth Goudge -
The Rose and The Ring William Makepeace Thackeray O Anel e a Rosa – José Olympio Editora
The Radium Woman Eleanor Doorly -
City Neighbor, The Story of Jane Addams Clara Ingram Judson -
Ivan the Fool Liev Tolstoi -
The Voyages of Doctor Dolittle Hugh Lofting -

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