terça-feira, 26 de agosto de 2014

Resenha: Moribito - o guardião do espírito




Moribito: o guardião do espírito
Nahoko Uehashi
Editora Martins Fontes
226 páginas
Tradução de Rodrigo Neves


Este livro encontrei por acaso, fuçando no site da Martins Fontes logo após saber da existência dos livros da escritora Kazumi Yumoto, autora de "Amigos" e "O Outono do Álamo" (que futuramente terão suas resenhas publicadas aqui no blog). De início não me senti impelida a adquirir Moribito, já que a sinopse não me pareceu muito atraente, então deixei pra lá. A capa era um pouco diferente, com uma ilustração parecendo mangá, mas mesmo assim achei melhor dar prioridade a outros títulos, principalmente os de Haruki Murakami :P

Em meados de maio deste ano, fui dar uma garimpada numa livraria da minha cidade, até que encontrei Battel Royale, de Koushun Takami. Como o dinheiro na carteira ainda me permitia comprar mais outro livro, fui até a estante de livros infanto-juvenis e fucei. De repente vi Moribito, o que achei estranho, já que é raro encontrar livros menos "famosos" por aqui. Na ânsia de ler algo diferente, dei uma chance e comprei o título, que ficou um tempo encostado aqui na minha estante. E aqui está ele, entre os livros resenhados pelo Oriente Literário!

Moribito: o guardião do espírito faz parte de uma série de 12 livros escritos por Nahoko Uehashi, etnóloga e professora da Kawamura Gakuen University. Esta série vendeu mais de um milhão de exemplares no Japão, onde Uehashi recebeu vários prêmios literários, entre eles o de escritora revelação/ categoria literatura infanto-juvenil do Noma Bungei Sho, tradicional premiação da literatura japonesa. A autora foi agraciada recentemente com o prêmio Hans Christian Andersen, que contempla os melhores autores da literatura infanto-juvenil mundial.

No Brasil, Moribito foi publicado em 2011 pela editora Martins Fontes que, infelizmente, não deve ter se interessado pelo restante da série. Em inglês, a editora americana Scholastic publicou os dois primeiros volumes pelo selo Arthur A. Levine, dedicado ao segmento infanto-juvenil. Porém, as vendas da série não foram suficientes para que os demais volumes fossem traduzidos e lançados nos EUA, o que torna praticamente inviável aos leitores que não sabem japonês a leitura dos volumes restantes.

Sobre o enredo

Moribito  mistura elementos mitológicos e traços de um Japão antigo para contar as aventuras de Balsa, uma guerreira que protege as pessoas para expiar parte de seu passado e  que atua como guarda-costas. Nascida em Kanbal, Balsa vaga pelos territórios vizinhos para sobreviver e entrar em combate com outros guerreiros, já que a vontade de lutar tornou-se praticamente um vício, muito mais que um meio de obter o sustento. Munida de uma lança, ela é uma exímia guerreira, que não se importa com os ferimentos graves obtidos em batalha, desde que ela vença.

Neste primeiro volume, Balsa presencia um acidente envolvendo o segundo príncipe de Nova Yogo, Chagum, um menino de 13 anos. Um dos bois que puxa a carruagem em que Chagum está é estranhamente atacado durante a travessia de uma ponte, e a confusão acaba por jogar o menino ao rio. Todos os servos pulam na água na tentativa de salvar o segundo príncipe, mas é Balsa quem consegue retirá-lo com vida. Após o salvamento, a lanceira é convidada pela Segunda Rainha de Nova Yogo a desfrutar da comida e da estadia no palácio, como forma de retribuição ao salvamento do menino.

Mesmo recusando os luxos oferecidos como cortesia, Balsa é convencida a ficar pelo menos uma noite no palácio. Posteriormente, a Segunda Rainha em pessoa vai até os aposentos em que a lanceira se encontra, para agradecê-la e fazer um pedido que mudará o destino de Balsa e Chagum. Desesperada, a Segunda Rainha conta a Balsa que seu filho Chagum precisa ser protegido e retirado das dependências do palácio, pois a vida dele corre perigo. Uma estranha criatura está dentro do corpo do menino, e o Mikado - governante de Nova Yogo , sob os conselhos dos sábios chamados de Astromantes, pretende matar o próprio filho para impedir que uma catástrofe aconteça ao seu povo.

Aceitando o pedido da Segunda Rainha, Balsa leva Chagum embora e arma uma cena para isso. O local em que ela e Chagum estavam pega fogo de maneira proposital, para que todos pensem que o menino morreu. Cientes da armação, os Astromantes, o Mikado e seus oito guerreiros partem em busca do segundo príncipe para acabar de vez com a possível maldição que poderá devastar Nova Yogo.

A partir da aparição de Tanda, amigo de Balsa, e dos astromantes nos capítulos seguintes, o leitor saberá qual maldição paira sobre Chagum: ele é o hospedeiro de um ovo do Nyunga Ro Im, uma criatura que vive no mundo invisível chamado de Nayugu. O Nyunga Ro Im, segundo uma lenda, é um ser que tem capacidade de controlar as condições climáticas do Nayugu e do mundo visível, chamado de Sagu. A cada cem anos, o Nyunga Ro Im põe seus ovos nos dois mundos, sendo que no Sagu um dos ovos é sempre depositado em uma criança, que fica então responsável por hospedá-lo até sua abertura no solstício de verão. Caso o ovo não abra no período certo, ou seja comido pela criatura chamada de Rarunga, uma terrível estiagem se prolongará em Nova Yogo pelos próximos cem anos.

O trabalho de Balsa e seus amigos é descobrir como proteger Chagum e o ovo das garras de Rarunga, o demônio da lama, bem como evitar que o Mikado e seus capangas matem o menino. Para isso, Tanda e sua mestra, a xamã Torogai, serão imprescindíveis.

O livro de Nahoko Uehashi tem um ritmo rápido, um enredo que lembra muito os animes - não à toa que Moribito ganhou uma série animada, chamada de Seirei no Moribito, produzida pelo estúdio Production I.G. São ao todo 24 episódios que, pelo nome de cada um deles, eu presumo que cubram apenas este primeiro volume. (Não assisti a série animada, mas pretendo ver futuramente, quando tiver tempo de sobra)


O livro é curto, com pouco mais de 200 páginas, nada difícil de encarar. O porém é que a autora introduz muitos termos próprios dos povos  do enredo, sendo que vários termos relacionados  estão relacionados com o idioma japonês. Para que o leitor não se perca, logo no início do livro há páginas explicando as nomenclaturas citadas no enredo. Sugiro que o leitor veja e tente memorizar os nomes, porque sem isso fica um tanto complicado saber quem é quem.

Em relação ao enredo, senti que faltou algo mais no livro, como se história pudesse ser melhor contada, melhor "amarrada". A Segunda Rainha, que aparece no começo do livro, some do nada, o leitor não é informado o que ocorreu com ela depois do desaparecimento de Chagum. Os astromantes, que detêm de fato o poder, poderiam acrescentar um tempero a mais no enredo, como atrapalhar ainda mais a trajetória de Balsa e Chagum, mas não é isso o que ocorre. O Mikado quase não aparece no livro, o Primeiro Príncipe é citado, mas não se sabe muito sobre ele - só é dito que a relação entre os dois herdeiros ao trono é ruim, já que o filho mais velho do Mikado despreza Chagum.

O desfecho do livro me decepcionou, pois não esperava que a maldição que atormentava Chagum fosse derrotada de uma maneira tão fácil e sem graça. A passagem em que  Chagum se livra do ovo de Nyunga Ro Im e, consequentemente, de Rarunga, foi  rápida e sem nenhuma emoção, o que me pensar em como essa série vendeu bastante no Japão e resultou em mais 11 livros. Não sei o enredo dos volumes seguintes, mas espero que a autora tenha desenvolvido melhor as aventuras de Balsa e cia.

Se por algum acaso a Martins Fontes trouxer outros títulos de Nahoko Uehashi, talvez eu dê uma olhada. Mas após conferir este primeiro volume de Moribito, não me senti nem um pouco impelida a buscar o restante dos volumes.

Astral do livro:

Avaliação:






segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Resenha: A valise do professor



A valise do professor
Hiromi Kawakami
Editora Estação Liberdade
232 páginas
Tradução de Jefferson José Teixeira

À beira dos 40 anos, Tsukiko Omachi é uma mulher solteira, que trabalha numa firma e nas horas de folga frequenta o bar de Satoru. Numa das idas ao bar, ela reencontra seu antigo professor de língua japonesa, Harutsuna Matsumoto, um homem na casa dos 70 anos e que está sempre munido de sua valise. Ele reconhece a ex-aluna, e ela, que não era lá uma estudante muito aplicada, demora um pouco a se lembrar do nome do antigo mestre.

Como vão ao mesmo bar quase todos os dias, Tsukiko e o professor encontram-se frequentemente e passam a dividir as bebidas, e depois descobrem que possuem quase a mesma preferência para os tira-gostos. Conversa vai, conversa vem, os dois criam uma relação muito próxima, que extrapola o simples encontro no bar e se estende aos convites para passeios. Com o tempo, o sentimento de Tsukiko em relação ao professor torna-se mais intenso, a ponto da ex-aluna não conseguir parar de pensar em Matsumoto e não conseguir se relacionar com outra pessoa. Em conflito com seus próprios sentimentos, Tsukiko sofre também porque sente que não é correspondida.

A valise do professor, segundo título da autora Hiromi Kawakami que resenho aqui no blog, é uma história comovente sobre a relação entre o professor Matsumoto e sua ex-aluna Tsukiko. Ele, que vive sozinho desde que a mulher fugiu de casa em circunstâncias bem estranhas, é uma pessoa calma e gentil que encontra em sua ex-aluna uma ótima companhia para seus passeios e conversas sobre haikus de Bashô e comida japonesa. Ela, sem namorado e nem amigos, recorre constantemente ao professor quando precisa de alguém para jogar conversa fora ou passar horas agradáveis.

Mesmo que Tsukiko não seja mais sua aluna dos tempos de ensino médio, o professor ainda continua a ensiná-la, só que o objeto de seus ensinamentos versa sobre coisas muito diferentes. Cogumelos, pratos da culinária japonesa, bebidas, caminhadas, cultura nipônica... É engraçado notar que há muita referência à culinária japonesa e seus vários ingredientes de origem marinha. Confesso que, ao ler este livro, senti muitas vezes água na boca só de ler as descrições que a autora faz dos pratos que Tsukiko e o professor pedem, no bar de Satoru ou em outros estabelecimentos comerciais.

Muito ligada ao professor, Tsukiko vai desenvolvendo ciúmes em relação a ele. Algumas situações bobas também fazem com que os dois parem de conversar ou se encontrar por dias ou semanas, mas isso ocorre muito mais por conta do orgulho e da teimosia de Tsukiko do que por vontade do professor. Para ele, é como se os períodos de silêncio fossem situações corriqueiras, nada que possa interferir de maneira séria em sua vida. Todas as vezes em que Tsukiko retoma contato com o professor, este age como se nada tivesse acontecido.

O clima que ronda o livro é de uma certa tristeza, trazida à tona pelo passado vivido pelo professor e também pela dificuldade que Tsukiko tem em expressar seus verdadeiros sentimentos. Mesmo os momentos em que os dois se divertem em passeios não ajudam muito em dissipar esta sensação.

Leitura rápida, sem muitos rodeios e com toques poéticos, este livro de Hiromi Kawakami é mais um ótimo título trazido pela Estação Liberdade. Vale a pena ler este belo e triste enredo!

Astral do livro:

Avaliação:



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Resenha: Quinquilharias Nakano




Quinquilharias Nakano
Hiromi Kawakami
Estação Liberdade
284 páginas
Tradução de Jefferson José Teixeira

Um livro leve e engraçado sobre o cotidiano e os dramas pessoais dos funcionários de uma loja de quinquilharias usadas: é assim que descrevo o livro Quinquilharias Nakano, primeiro título da autora Hiromi Kawakami trazido ao Brasil pela editora Estação Liberdade. Sem um enredo fechado, este livro mostra as situações banais envolvendo os personagens Haruo e Masayo Nakano, Takeo Kiryu e Hitomi Suganuma, às voltas com relacionamentos amorosos e clientes bizarros.

Haruo Nakano é o patrão e dono da Quinquilharias Nakano, uma loja que é equivalente ao que conhecemos como pregão ou brechó (não chame de antiquário, pois o patrão não gosta). Nela, vende-se um pouco de tudo: roupas, artigos decorativos, móveis, eletrodomésticos, objetos de arte. A maioria desses produtos têm origem em "retiradas" que o senhor Nakano faz em casas de famílias que estão de mudança ou que estão se desfazendo de bens que foram de pessoas falecidas. A irmã mais nova do senhor Nakano, Masayo, é uma artista de meia idade que está em um relacionamento complicado, mas não perde tempo em implicar com a vida amorosa do irmão.

Hitomi, a protagonista e narradora do livro, é uma jovem que trabalha como caixa na loja do senhor Nakano. É ela quem tem de aguentar as pérolas do patrão, que a faz também de detetive apenas para ficar de olho em Masayo. Com sentimentos mistos de raiva e amor em relação a Takeo, seu colega de trabalho, Hitomi passa quase o livro inteiro às turras com o rapaz, não sabendo definir o que se passa entre eles. Takeo, o crush de Hitomi, é um funcionário calado, que ajuda o senhor Nakano nas retiradas, fazendo um pouco de tudo dentro da loja. O livro mostra o impasse no relacionamento dos dois jovens funcionários, com Hitomi investindo mais em Takeo, e este sem saber o que fazer.

Além dos funcionários da loja e dos irmãos Nakano, há personagens estranhos e não menos curiosos, como a amante de Nakano, Sakiko, ela também atuante no ramo de objetos usados; Tadokoro, o velhinho safado que tenta vender fotos eróticas; Tokizo, conhecido como Garça, responsável por introduzir o sr. Nakano no mundo dos leilões virtuais; e Maruyama, o amante de Masayo que tem problemas com os proprietários do prédio onde mora. Há clientes interessantes que geram situações engraçadas para a loja do sr. Nakano, responsável por avaliar o preço de cada produto oferecido a ele.

Dessa mistureba de personagens estranhos, surge um excelente livro que versa sobre solidão, relacionamentos complexos e uma certa dificuldade de comunicação. Durante todo o livro, os diálogos passam por comentários meio sem sentido, muitas expressões de espanto e desatenção (ahn?, ah!, como?), e algumas conversas não vão pra frente. Interessante notar como a autora coloca os diálogos: enquanto um personagem conversa com outro, uma conversa tida anteriormente é trazida à tona na cabeça de Hitomi, misturando os tempos. Não sei como se chama esse tipo de recurso (se é que tem um nome), mas o que posso dizer é que o resultado ficou muito bom e diferente do que estou acostumada a ler. 

Por fim, o que tenho a dizer é: leiam este livro! Eu já estou com "A Valise do Professor", também da Kawakami, na fila de leituras, e a expectativa em relação a ele é enorme. ;)

Astral do livro:


Avaliação:







domingo, 17 de agosto de 2014

Mais um livro de Murakami no Brasil


A editora Alfaguara anunciou, em sua página oficial no Facebook, o lançamento do mais recente livro de Haruki Murakami, O Incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação,  para novembro. Lançado no Japão em abril de 2013, O Incolor Tsukuru Tazaki...  vendeu mais de 1 milhão de cópias no primeiro mês de vendas, seguindo a trajetória de sucesso dos outros títulos do autor.

Sobre o enredo
Tsukuru Tazaki, o personagem do título, é um rapaz de Nagoya que tem quatro amigos, sendo que cada um deles possui, no sobrenome, um ideograma relacionado a uma cor (vermelho, azul, preto e branco). Tazaki é o único que não se relaciona a cor alguma, o que explica o incolor do título. Na faculdade, todos os quatro amigos inexplicavelmente cortam relações com o protagonista, que é obrigado a ficar no ostracismo.

Em 2011, já com 36 anos, Tazaki parte em busca dos quatro amigos do passado, visitando-os um a um, apenas para saber os motivos do rompimento brusco que deixaram o protagonista isolado.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Estação Liberdade lançará romance coreano "Sukiyaki de Domingo"


Acabei de ver no Facebook, na página da editora Estação Liberdade, que a editora paulista lançará o romance coreano "Sukiyaki de Domingo", da escritora Bae Su-ah. É o primeiro título coreano da Estação Liberdade, conhecida principalmente por lançar obras de autores japoneses renomados, como Yasunari Kawabata, Nagai Kafu e Eiji Yoshikawa.



É uma grande surpresa, visto que quase não há títulos coreanos lançados por editoras brasileiras. Os pouquíssimos livros existentes são algumas coletâneas de contos e o livro "Por favor, cuide de mamãe", de Kyung-Sook Shin, publicado em 2012 pela Intrínseca.

Sobre o livro


Sukiyaki de domingo 
Tradução de Hyo Jeong Sung 
14 x 21 cm
304 páginas 
ISBN: 978-85-7448-242-2 
R$ 44,00


Poder degustar o sukiyaki de domingo significa para o ex-professor Ma
um revival de seus tempos de fartura. A falta de dinheiro é uma
constante, de modo que a esposa vive explodindo em recorrentes crises
histéricas. Como ele não é um especial entusiasta da arte de
trabalhar, sempre sobra para a mulher a missão de trazer dinheiro
para casa, o que não deixa de ser uma crítica da autora do livro,
Bae Su-ah, quanto à fragilidade da figura masculina no contexto
social da Coreia do Sul contemporânea. 


O Sukiyaki de domingo funciona, portanto, como uma metáfora
daquilo que os personagens desta obra almejam, um ideal de consumo, a
materialização das (parcas) ambições que os movem. Porque Sukiyaki
de domingo, o livro, trata de uma Coreia do Sul bem destoante da
portentosa imagem de Tigre Asiático consagrada no imaginário
ocidental: a de suas periferias, tão semelhantes às de quaisquer
paragens terceiro-mundistas, e seus efeitos intrínsecos, sobretudo a
dificuldade de comunicação, e de afeto, nas relações sociais e
familiares, e as fagulhas dessa incomunicabilidade sempre a alimentar
uma fogueira de violência. 


Romance de forte crítica social, Sukiyaki de domingo se estrutura a
partir de capítulos nomeados, que também podem ser lidos como
contos, já que encerram pequenos dramas e histórias. A autora optou
por uma série de personagens que parecem tirados de uma mesma
comunidade, dos quais alguns reaparecem, ou se cruzam, em mais de um
capítulo. A pobreza parece potencializar as idiossincrasias de cada
um deles: além do professor que saliva com o sukiyaki, nos
desconcertamos com a mulher que esconde suas economias numa mala de
meias sujas; com o jovem que imagina ter tirado a sorte grande ao
conseguir um 窶彙ico窶・para ajudar numa mudança; ou ainda com um
mendigo que quer ser aceito pela sociedade por querer sobreviver
somente com os restos de comida que as pessoas descartam. 


Embora originalmente japonesa, sukiyaki é uma iguaria também
consumida na Coreia, bastante semelhante a outra iguaria local
chamada shabu-shabu. Embora os restaurantes que servem este prato
sejam populares no país, os de sukiyaki, por sua vez, são bem mais
raros. Segundo a própria autora, sukiyaki é um nome que soa familiar
aos coreanos, mas poucos deles sabem exatamente do que se trata. A
ideia de evocar um elemento japonês no título de um livro
sul-coreano tem, portanto, a premissa de causar mesmo estranhamento,
como a denotar algo fora do lugar, simbolizando em certa medida o
desequilíbrio generalizado que a falta de dinheiro gera sobre a
realidade dos personagens.


Romance de estrutura fragmentária, Sukiyaki de domingo é a primeira
incursão da Estação Liberdade na literatura sul-coreana, marcando
assim a ampliação da atuação da editora no mundo das letras
orientais. 


A AUTORA

Nascida em 1965, Bae Su-ah é graduada em química pela Ewha Womans
University, de Seul, mas sempre teve por hテ。bito escrever histórias
por hobby, até debutar como escritora com a obra Chongubek palship
palnyon-ui odu-un bang (Um quarto escuro, 1988). Na sequência,
publicou Purun saguaga itnun gukdo (Estrada com maçãs verdes) e
Rhapsody in Blue (Rapsódia em azul), ambos em 1995. Desde 2001, ela
reside na Alemanha, onde segue produzindo sua ficção inventiva e
pouco convencional, caracterizada pelo aprofundamento psicológico de
seus personagens. Entre seus livros mais recentes estão Buktchok
gosil (Sala norte, 2009) e Seoul-ui najun undok-dul (Colinas baixas em
Seul, 2011). Sukiyaki de domingo, originalmente publicado em 2003, é
seu primeiro título traduzido em português.



quarta-feira, 30 de julho de 2014

Leia este mangá: Horimiya


Olá!

Anteriormente, este blog se chamava Leituras Orientais. Devido a algumas questões (um blog com nome muito parecido, retomada das postagens, reformulação do conteúdo), decidi mudar o nome para Oriente Literário. Se é uma boa escolha, eu não sei; só sei que ninguém ainda tinha registrado esse nome no Blogspot, então fui lá e mudei nas configurações.

Fiquei um bom tempo sem postar resenhas por aqui, por falta de tempo e até uma certa preguiça. Mas vou retomar as leituras pendentes e tentar postar, com uma certa frequência, resenhas e dicas sobre livros de autores orientais e mangás.

Como forma de reinaugurar este blog, vou indicar um mangá muito bom que venho acompanhando desde o ano passado. Chama-se Horimiya, junção dos sobrenomes dos protagonistas Kyoko Hori e Izumi Miyamura. Se vocês perceberem bem, são os dois personagens que estão na imagem de cabeçalho do blog! :)



É um mangá de comédia romântica e slice of life veiculado na antologia mensal GFantasy, da Square Enix. Muita gente acha que é um mangá shoujo, mas na realidade ele é um título shounen. Não tem pancadaria, lutas tipo Dragon Ball Z ou um enredo sobrenatural, típico das histórias dessa categoria, mas não deixa de ser um mangá excelente.

Horimiya gira em torno dos protagonistas já citados, Hori e Miyamura, duas pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Hori é popular no colégio, mas fora dele mantém um perfil discreto, assumindo o papel de dona de casa e cuidando de seu irmão mais novo, Souta. Miyamura é um rapaz solitário, estranho aos olhos dos outros colegas de sala, mas fora do ambiente escolar é um cara com aparência descolada, cool, com tatuagens e piercings. Tanto Hori quanto Miyamura escondem esses lados de seus colegas de escola, pois temem o preconceito vindo dos outros alunos.

Mesmo sendo da mesma turma, Hori e Miyamura quase não mantêm contato. Tudo muda quando Miyamura ajuda Souta, irmão de Hori, a voltar para casa depois do pequeno ter se machucado. Hori não reconhece imediatamente Miyamura, pois ele está bem diferente, com roupas mais estilosas, cabelo preso e lip chain. Hori só se dá conta de que está na frente de seu colega algum tempo depois, quando percebe que Miyamura a conhece da escola.

Miyamura, nas versões uniformizada e cool

Hori entra em desespero por um momento, já que Miyamura descobre como ela é fora da escola: sem maquiagem, dona de casa, babá... mas o problema é que ela não consegue mais se desvencilhar de Miyamura, pois Souta viu no rapaz a imagem de um irmão mais velho, um oni-chan que traz presentes legais e que é também uma companhia na hora de assistir aos animes. Lá vai o rapaz todo dia, direto da escola para a casa de Hori, onde ele faz as tarefas, assiste a TV, faz as refeições e até dorme.

Aos poucos, Hori e Miyamura vão se aproximar mais e mais, despertando o ciúme e a inveja de outras pessoas. Ao longo dos capítulos, veremos outros personagens engraçados que chegam até a interferir no relacionamento dos protagonistas. Miyamura, do qual pouco se sabe nos primeiros capítulos, terá um pouco do seu passado explicado em detalhes conforme a história avança. Felizmente, podemos ver que ele muda para melhor quando entra  no Ensino Médio e conhece Hori, deixando parte de seus momentos infelizes para trás.

Não mexe com ela! (e nem com ele!)

Horimiya foi originalmente criado como yonkoma (tirinhas cômicas de 4 quadros) para internet pelo mangaká Hero, que mantém até hoje a série Hori-san to Miyamura-kun em seu site pessoal, Doka Ahen. Foi em 2011 que a GFantasy, da Square Enix, transformou as tirinhas em série regular, desta vez com Daisuke Hagiwara como o desenhista e Hero como roteirista. Grande parte da história serializada na GFantasy engloba o que já foi publicado nas tirinhas, com algumas pequenas modificações.

A série ganhou também dois episódios animados, lançados para DVD, com a produção feita pelo estúdio Hoods Entertainment. Um terceiro episódio deverá ser lançado ainda este ano, desta vez pelo estúdio Marone, e há indícios de que haverá novos episódios com novo character design.

Infelizmente, Horimiya parece não ter despertado o interesse das editoras de mangás brasileiras. Será que estão esperando o mangá ser finalizado para, enfim, publicarem a série no Brasil? Espero que sim! Enquanto o título não é oficialmente publicado por aqui, podemos ler o mangá na internet mesmo.






terça-feira, 29 de julho de 2014

Livros sobre cultura japonesa (pop e tradicional)


Como não poderia deixar de ser, este blog também se aventura pelos livros que falam sobre a cultura japonesa, nas suas vertentes pop e tradicional. No Brasil há um bom número de publicações sobre vários assuntos relacionados ao Japão, como mangás, animes, estudos sobre cultura japonesa, livros sobre a imigração nipônica, entre outros. Ainda não chega aos pés do que é publicado em inglês, mas podemos dizer que estamos até razoavelmente bem no número e na variedade de títulos disponíveis nas livrarias.

(A lista será atualizada assim que outros títulos sejam encontrados ou indicados pelos leitores)


Sobre Mangás e Animes

Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses
Sonia Bibe Luyten
Editora Hedra

A presença do anime na TV brasileira
Sandra Monte
Editora Laços

Um Nerd no Japão
Héctor Garcia
Editora JBC

A Arte de Osamu Tezuka, o Deus do Mangá
Helen McCarthy
Editora Mythos

JAPOP: o poder da cultura japonesa
Cristiane A. Sato
Editora NSP Hakkosha

O Grande Livro dos Mangás
Alfons Moliné
Editora JBC

Almanaque da Cultura Pop Japonesa
Alexandre Nagado
Editora Via Lettera

Mangá: como o Japão reinventou os quadrinhos
Paul Gravett
Editora Conrad

Traços Ideogramáticos na Linguagem dos Animês
Patrícia M. Borges
Editora Via Lettera

Além dos olhos grandes
Ana Carolina Pereira
Publicação independente

Cultura Pop Japonesa - Mangá e Animê
Sonia Bibe Luyten (org)
Editora Hedra

Cultura japonesa em geral

Tokyogaqui - Um Japão Imaginado
Christine Greiner e Ricardo Muniz Fernandes (orgs)
Editora SESC

Imagens do Japão vol 1
Christine Greiner (org)
Editora Annablume

Imagens do Japão vol 2
Christine Greiner (org)
Editora Annablume

Hikkikomori - A vida enclausurada nas redes sociais
Christine Greiner e Cecília Noriko Ito Saito (orgs)
Editora Intermeios

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Nova edição de Caçando Carneiros, de Haruki Murakami, pela Alfaguara


Olá!

Faz MUITO tempo que eu não posto nada no blog (não consegui ler muitas coisas nesse tempo, estava super desmotivada e com preguiça), então para retomar o ritmo de postagens vou colocar essa notícia, que está já velhinha.

A editora Alfaguara, pertencente ao grupo editorial Objetiva, lançou no mês de julho a reedição de Caçando Carneiros, de Haruki Murakami. Este título já havia sido lançado no Brasil pela editora Estação Liberdade, sem muito alarde, e estava na lista de livros fora de catálogo. Pela antiga editora, Caçando Carneiros foi lançado em 2001, com a tradução feita diretamente do japonês por Leiko Gotoda.

Como atualmente detém os direitos de publicação de várias obras de Murakami, a Alfaguara acertou em cheio ao buscar esse título e recolocá-lo nas livrarias. A tradução ainda é de Leiko Gotoda, mas o visual está mais atraente, a começar pela capa. Compare a edição antiga com a atual.

 


Eu já tenho a edição da Estação Liberdade, mas decidi comprar a nova edição da Alfaguara, até para comparar melhor o trabalho das duas. Como o preço ainda não está muito "acessível" para meu bolso (42,90 reais), vou esperar o momento adequado (aka liquidações na net ou aniversário) para conseguir mais este exemplar. 


Lista de autores coreanos publicados no Brasil


Não são muitas as obras de ficção coreanas publicadas no Brasil, mas as que foram trazidas seguem na listagem abaixo.

Contos Coreanos
Diversos autores
Editora: GRD/Rio-Arte
Tradução: Luis Palmery
Lançado em:1985

Contos Contemporâneos Coreanos
Organização de Yun Jung Im
Editora: Landy

Kyung Sook Shin

Por favor, Cuide da mamãe
Editora: Intrínseca
Tradução: Flávia Rossler
Lançado em: 2012

Kim Young-ha

Flor Negra
Editora: Geração Editorial
Tradução: Ana Carolina Mesquita
Lançado em: 2014

Livros de autores chineses publicados no Brasil


A lista abaixo contém os autores chineses que já foram publicados no Brasil. Xinran, jornalista conhecida pelo livro "As boas mulheres da China", tem livros considerados como não-ficção, mas vou colocá-los aqui porque, de qualquer maneira, os relatos colhidos por contam histórias de mulheres da China contemporânea.

Se houver algum outro título que não esteja listado, por favor, indique nos comentários para que eu possa incluí-lo. :)



Anchee Min

A última Imperatriz
Editora:Rocco
Tradução:Angela Lobo de Andrade
Lançado em:2001

Imperatriz Orquídea
Editora:Rocco
Tradução: Jussara Simões
Lançado em: 2006


Da Chen

A Montanha e o Rio
Editora:Nova Fronteira
Tradução: Paulo Andrade Lemos
Lançado em: 2007


Dai Sijie

Balzac e a costureirinha chinesa
Editora:Objetiva
Tradução:Vera Lúcia dos Reis
Lançado em:2001

Balzac e a costureirinha chinesa 2ª edição
Editora:Alfaguara
Tradução:Vera Lúcia dos Reis
Lançado em:2007

O complexo de Di
Editora:Objetiva
Tradução:Adriana Lisboa
Lançado em:2004

Em uma noite sem luar
Editora:Alfaguara
Tradução:Bernardo Ajzenberg
Lançado em:2010

Gao Xinjian

A montanha da alma
Editora:Objetiva
Lançado em:2007

A montanha da alma
Editora:Alfaguara
Lançado em:2007

Ha Jin

A espera
Editora:Companhia das Letras
Lançado em:2001

O ensandecido
Editora:Companhia das Letras
Lançado em:2003

Refugo de Guerra
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Luiz Antônio de Araújo
Lançado em:2007

Chan Koonchung

Os anos de fartura
Editora: L&PM
Tradução:Guilherme da Silva Braga
Lançado em:2011

Jung Chang

Cisnes Selvagens
Editora:Companhia das Letras
Tradução: Marcos Santarrita
Lançado em:1997

Cisnes Selvagens
Editora:Companhia de Bolso
Tradução: Marcos Santarrita
Lançado em:2006

 Ma Jian

Pequim em Coma
Editora:Record
Tradução:Heloísa Mourão
Lançado em:2009

A cozinha da revolução
Editora:Record
Tradução: Heloísa Mourão
Lançado em: 2011



 Murong Xuecun

Deixe-me em paz
Editora:Rocco
Tradução: Karla Lima
Lançado em: 2014



 Shan Sa

A jogadora de Go
Editora:Rocco
Tradução: Adriana Lisboa
Lançado em: 2004

Imperatriz
Editora:Ediouro
Tradução: Cristina Guimarães Cupertino
Lançado em: 2004

Su Tong

A mulher que chora
Editora: Companhia das Letras
Tradução:Fernanda Abreu
Lançado em:2010

Ting Xing Ye

Meu nome é número 4
Editora:Casa da Palavra
Tradução:Alexandre Martins
Lançado em:2008

Xinran

As boas mulheres da China
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Manoel Paulo Ferreira
Lançado em:2003

As filhas sem nome
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Caroline Chang
Lançado em:2010

Enterro Celestial
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Tuca Magalhães
Lançado em:2004

Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Caroline Chang
Lançado em:2011

O que os chineses não comem
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Ricardo Gouveia
Lançado em:2008

Testemunhas da China
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Christian Schwartz
Lançado em:2009
  
Yan Lianke

A serviço do povo
Editora: Record
Lançado em:2008

O sonho da aldeia Ding
Editora:Record
Tradução:André Telles
Lançado em:2010



Yiyun Li

Os Excluídos
Editora:Ediouro
Tradução:Maria Helena Rouanet 
Lançado em:2010


Tempo de Boas Preces
Editora:Ediouro
Tradução:Fernanda Abreu
Lançado em:2011


Yu Hua

Crônica de um vendedor de sangue
Editora:Companhia das Letras
Tradução:Donaldson Garschagen
Lançado em:2011

Irmãos
Editora:Companhia das Letras
Tradução: Donaldson Garschagen
Lançado em:2010

Viver
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Mária Schmaltz
Lançado em:2008

Livros de autores japoneses publicados no Brasil


Como já faz algum tempo que não posto aqui - há vários livros comprados mas que estão ainda na fila para leitura - vou postar uma lista de autores japoneses que tiveram suas obras publicadas no Brasil. Alguns livros não constam mais do catálogo das editoras, sendo possível encontrar apenas nos sebos (casos de alguns títulos da editora Brasiliense, Círculo do Livro, Rocco) por preços bons. Outros são títulos não são lá muito conhecidos, talvez por falta de divulgação.

Aproveito e vou incluir na lista o título 1Q84, do Haruki Murakami, cujos direitos de publicação já foram adquiridos pela Alfaguara. O livro deve sair em novembro.

Akinari Ueda
Contos da Chuva e da Lua
Editora: Centro de Estudos Japoneses da USP
Tradução: Geny Wakisaka, Neide Hisae Nagae, Kanami Hirai, Luís Fábio M. R. Mietto, Luiza Nana Yoshida, Tae Suzuki, Elisa Mie Nishikito
Lançado em:1996

Akira Yoshimura

Naufrágios
Editora: Best Seller
Tradução: Sylvio Monteiro
Lançado em:2003

Banana Yoshimoto

Kitchen
Editora: Nova Fronteira
Tradução:  Julieta Leite
Lançado em: 1988

Eiji Yoshikawa

Musashi  1 e 2 - 1ª edição
Editora:Estação Liberdade
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 1999

Musashi 3 volumes – 2ª edição
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2009

Fumiko Hayashi

Memórias de uma errante
Editora: Movimento
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em: 1995

Genichiro Takahashi

Sayonara Gangsters
Editora: Ediouro
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2006

Haruki Murakami

1Q84
Editora: Alfaguara
Tradução: Lica Hashimoto
Lançado em: 2012

Após o anoitecer
Editora: Alfaguara
Tradução:  Lica Hashimoto
Lançado em:2009

Caçando carneiros
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2002

Do que falo quando falo de corrida
Tradução: Cássio de Arantes Leite
Editora: Alfaguara
Lançado em:2010

Dance Dance Dance
Tradução: Lica Hashimoto e Neide Hissae Nagae
Editora:Estação Liberdade
Lançado em: 2005

Kafka à beira-mar Alfaguara
Editora: Alfaguara
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2008
Minha querida Sputnik 
Editora: Objetiva (2003) /Alfaguara (2008)
Tradução: Ana Luiza Dantas

Norwegian Wood
Editora: Alfaguara
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em: 2008

Hiromi Kawakami

Quinquilharias Nakano
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2010

A valise do professor
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2012

Hitomi Kanehara

Cobras e piercings
Editora: Geração Editorial/Ediouro
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em: 2007

Junichiro Tanizaki

A chave
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2000

A vida secreta do Senhor de Musashi e Kuzu
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Dirce Miyamura
Lançado em:2009

Amor Insensato (2ª edição de Naomi)
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2004

Diário de um velho louco
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em:2002

Em louvor da sombra
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em:2007

Há quem prefira urtigas
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em:2003

Irmãs Makioka
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Leiko Gotoda, Neide Nagae, Eliza Atsuko Tashiro eKanami Hirai
Lançado em:2005

Naomi
Editora: Brasiliense
Tradução: Sônia Coutinho
Lançado em:1986

Voragem
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2001

Voragem
Editora: Planeta DeAgostini
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2003

Junnosuke Yoshiyuki

O quarto escuro
Editora: Brasiliense
Tradução: Fernando Vugman
Lançado em:1988

Kazumi Yumoto

Os amigos
Editora: Martins Fontes
Tradução: Lica Hashimoto
Lançado em: 2000

O Outono do Álamo
Editora: Martins Fontes
Tradução: Lica Hashimoto
Lançado em: 2000

Kazuo Ishiguro

Não me abandone jamais
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Beth Vieira
Lançado em:2005

Quando éramos órfãos
Editora: Companhia das Letras/Planeta DeAgostini
Tradução: José Marcos Macedo
Lançado em:2003

Vestígios do Dia
Editora:Rocco
Tradução:Eliana Sabino
Lançado em: 1994

Resíduos do dia (2ª edição de Vestígios do Dia)
Editora: Companhia das Letras
Tradução: José Rubens Siqueira
Lançado em:2003

Um artista do mundo flutuante
Editora: Rocco
Tradução: Cláudia Martinelli
Lançado em:1989

O desconsolado
Editora: Rocco
Tradução: Ana Luiza Borges
Lançado em:1996

Uma pálida visão dos montes
Editora: Rocco
Tradução: Eliana Sabino
Lançado em:1988

Kenzaburo Oe

Uma questão pessoal
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em:  2003

Jovens de um novo tempo, despertai!
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2006

14 Contos de Kenzaburo Oe
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2011

A captura
Editora: Luna Books
Tradução: Tomi Okiyama
Lançado em:1995

Contos de Oe Kenzaburo
Editora: Centro de Estudos Japoneses  USP
Tradução: Vários
Lançado em: 1995

O grito silencioso
Editora: Francisco Alves
Tradução: Sérgio Ryff
Lançado em: 1983

Kenji Miyazawa

Viagem Noturna no Trem da Via Láctea
Editora: Globo
Tradução: Lica e Madalena Hashimoto
Lançado em: 2008

Koushun Takami

Battle Royale
Editora: Globo
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em: 2014


Kobo Abe

A mulher das dunas
Editora: Associação Cultural Brasil-Japão
Tradução: Ernesto Yoshida
Lançado em: 1995

Masuji Ibuse

Chuva negra
Editora:Marco Zero
Tradução: Reinaldo Guarany
Lançado em:2011

Chuva negra 2ª edição
Editora:Estação Liberdade
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2011

Morio Kita

Um hospício no Japão v.1
Editora: Marco Zero
Tradução: Gilda Stuart
Lançado em: 1990

Um hospício no Japão v.2
Editora: Marco Zero
Tradução:Maiza Martins de Siqueira, Renata Brant de Carvalho
Lançado em: 1993

Nagai Kafu

Crônica da estação das chuvas
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Dirce Miyamura
Lançado em:2008

Naoya Shiga

Trajetória em noite escura
Editora: Ateliê Editorial
Tradução: Neide Hissae Nagae
Lançado em: 2011

Natsume Soseki

Eu sou um gato
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2008

Kokoro
Editora: Globo
Tradução: Junko Ota
Lançado em:2008

E depois
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Lica Hashimoto
Lançado em:2011

Sonhos de dez noites
Editora: Aliança Cultural Brasil-Japão
Tradução: Antônio Nojiri
Lançado em: 1996

Sanshiro
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Fernando Garcia
Lançado em:2014


Natsuo Kirino

Do outro lado
Editora: Rocco
Tradução: Roberto Wander Nóbrega
Lançado em: 2009

Grotescas
Editora: Rocco
Tradução: Alexandre D’Elia
Lançado em: 2011

O Conto da Deusa
Editora: Rocco
Tradução: Alexandre D'Elia
Lançado em:2014

Osamu Dazai

Pôr do sol
Editora: Massao Ohno
Tradução: Antônio Nojiri
Lançado em:1974

Ryu Murakami

Miso soup 
Editora:  Companhia das letras
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2005

Azul quase transparente
Editora: Brasiliense
Tradução: Paulo Henriques Britto
Lançado em: 1986

Ryunosuke Akutagawa

Kappa e o levante imaginário
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Shintaro Hayashi
Lançado em: 2010

Rashomon e outros contos
Editora: Hedra
Tradução: Madalena Hashimoto Cordaro e Junko Ota
Lançado em:2008

Contos Fantásticos
Editora: Zarabatana
Tradução: Diogo Kaupatez
Lançado em: 2003



Sei Shonagon

O Livro do Travesseiro
Editora: 34
Lançado em: 2013

Shizuko Natsuki

Assassinato no Monte Fuji 
Editora: Brasiliense
Tradução: Sonia Goldfeder
Lançado em: 1989

Shizuko Go
Réquiem
Editora: Record
Lançado em: 1994

Shusaku Endo

Rio Profundo Ganges
Editora: Mercuryo
Tradução: Ricardo Gouveia
Lançado em:1995

O Silêncio 1ª edição
Editora: Civilização Brasileira
Tradução: Edyla Mangabeira Unger
Lançado em: 1979

O Silêncio 2ª edição
Editora: Círculo do Livro
Tradução: Edyla Mangabeira Unger
Lançado em: 1986

O Silêncio 3ª edição
Editora: Planeta
Tradução: Mário Vilela
Lançado em: 2011
  
O Samurai
Editora: Nórdica/Círculo do Livro
Tradução: Luís Horácio da Matta
Lançado em:1980

Admirável Idiota
Editora: Civilização Brasileira
Tradução: Roberto Raposo
Lançado em: 1979

Escândalo
Editora: Rocco
Tradução: Maria Helena Torres
Lançado em:1988

Mar e veneno
Editora: Civilização Brasileira
Tradução: Roberto Raposo
Lançado em:1979

Yasunari Kawabata

A casa das belas adormecidas
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:2004

A Gangue Escarlate de Asakura
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:2014

Beleza e Tristeza
Editora: Globo
Tradução:Alberto Alexandre Martins
Lançado em: 1988/2004/2008

Contos da palma da mão
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:2008

Dançarina de Izu
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Carlos Hiroshi Usirono
Lançado em:2008

Kyoto
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:2006

Mil tsurus (2ª edição de Nuvens de Pássaros Brancos)
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Drik Sada
Lançado em: 2006

Nuvens de Pássaros Brancos
Editora: Nova Fronteira
Tradução: Paulo Hecker Filho
Lançado em: 1969

País das neves
Editora: Círculo do Livro
Tradução:?
Lançado em: 1974

O país das neves (2ª edição)
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Neide Nagae
Lançado em:2004

Nuvens de Pássaros Brancos
Editora: Nova Fronteira
Tradução: Paulo Hecker Filho
Lançado em: 1969

Mil tsurus (2ª edição de Nuvens de Pássaros Brancos)
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Drik Sada
Lançado em: 2006
  
O lago
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:2010

O mestre de go
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:2011

O Som da montanha
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em: 2009

Yasushi  Inoue

O Fuzil de caça
Editora:Estação Liberdade
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2010

A espingarda de caça
Editora: Brasiliense
Tradução: Yolanda Steidel de Toledo
Lançado em:1988

O Castelo de Yodo
Editora: Estação Liberdade
Tradução: Andrei Cunha
Lançado em: 2013


Yoko Ogawa

Hotel Iris
Editora: Leya
Tradução: Marly Peres
Lançado em:2011

Yukio Mishima

Confissões de uma máscara – 2ª Edição
Editora:  Companhia das Letras
Tradução: Jaqueline Nabeta
Lançado em: 2004
Confissões de uma máscara – 1ª Edição
Editora: Círculo do Livro
Tradução:Manoel Paulo Ferreira
Lançado em: 1980

Cores proibidas 
Editora:Companhia das Letras
Tradução: Jefferson José Teixeira
Lançado em:2002

Neve de primavera –  Tetralogia Mar da fertilidade
Editora: Rocco
Tradução: Newton Goldman
Lançado em: 1988

Cavalo selvagem–  Tetralogia Mar da fertilidade
Editora: Rocco
Tradução: Isa Mara Lando
Lançado em: 1988

Templo da aurora–  Tetralogia Mar da fertilidade
Editora: Rocco
Tradução: Newton Goldman
Lançado em: 1988

A queda do anjo –  Tetralogia Mar da fertilidade
Editora: Rocco
Tradução: Newton Goldman
Lançado em: 1988

Neve de Primavera - Tetralogia Mar da Fertilidade (nova edição)
Editora: Benvirá
Tradução: Newton Goldman
Lançado em: 2014

Cavalo Selvagem  - Tetralogia Mar da Fertilidade (nova edição)
Editora:Benvirá
Tradução: Isa Mara Lando
Lançado em: 2013

O hagakure: A Ética dos Samurais e o Japão Moderno
EditoraRocco
Tradução:Waltensir Dutra
Lançado em:  1987

Mar inquieto
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Leiko Gotoda
Lançado em: 2002

O marinheiro que perdeu as graças do mar
Editora: Rocco
Tradução: Waltensir Dutra
Lançado em: 1986

O templo do pavilhão dourado 1ªa edição
Editora: Rocco
Tradução: Eliana Sabino
Lançado em:  1988

O pavilhão dourado 2ª edição (equivale ao Templo do pavilhão dourado)
Editora: Companhia das Letras
Tradução:Shintaro Hayashi
Lançado em: 2010

Sol e aço
Editora: Brasiliense
Tradução: Paulo Leminski
Lançado em: 1983

Morte em pleno verão
Editora: Rocco
Tradução: Aulyde Soares Rodrigues
Lançado em: 1987

Outros
Contos da Era Meiji
Editora: Centro de Estudos Japoneses USP
Organizadora: Geny Wakisaka
Lançado em: 1993

Contos modernos japoneses
Editora: Centro de Estudos Japoneses 
Lançado em:1994

O canto da terra: Antologia do Conto Contemporâneo Japonês
Editora: Movimento
Tradução: Meiko Shimon
Lançado em:1994











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