terça-feira, 2 de outubro de 2012

Resenha: Sayonara, Gangsters




Sayonara, Gangsters
Genichiro Takahashi
Ediouro
296 páginas
Tradução de Jefferson José Teixeira


Um livro caótico, nonsense, cheio de espaços vazios nas páginas: é assim "Sayonara, Gangsters" de Genichiro Takahashi, por enquanto o único título do autor publicado no Brasil. Passado em um futuro próximo, o enredo de Takahashi é marcado por uma série de acontecimentos bizarros na vida de um professor de poesia, afetada pelas ações de um grupo terrorista conhecida como Os Gangsters. 

No mundo em que vive o protagonista, as pessoas não possuem mais nomes normais, que os pais dão aos filhos assim que eles vêm ao mundo: as pessoas nomeiam umas às outras, ou a própria pessoa decide que nome usar. Nomes e sobrenomes normais são utilizados apenas por celebridades e pessoas importantes, enquanto os cidadãos considerados comuns desfilam uma série de absurdos onomásticos. Os interessados em um novo nome fazem filas enormes na prefeitura, enquanto os funcionários responsáveis pelos registros jogam os nomes antigos em um rio. Os nomes descartados se espremem, brigam entre si, e são alvo de chacota das crianças.

O professor de poesia, nomeado "Sayonara, Gansgters", vive ao lado de uma mulher que ele achou entre dois sacos de lixo. Ela é logo nomeada "Song Book de Miyuki Nakajima"; o gato que a mulher traz consigo é Henrique IV, um leitor ávido de romances e que é alimentado com leite e vodka. Antes de viver com Song Book, o professor foi casado e teve uma filha, nomeada de Mindinho Verde (mas que ele chamava de Caraway). Enfim, já deu pra perceber o ar da coisa...

Nas aulas de poesia, o professor se depara com uma série de alunos impensáveis, como o filósofo-refrigerador Virgílio, uma coisa não definível, uma velhinha com um monstro de gila e uma moça que recebe telefonemas de um homem, entre outros personagens excêntricos. A história não segue necessariamente um esquema linear, porque o professor de poesia traz à tona acontecimentos anteriores misturados a fatos do presente. 

No começo, achei o livro bem engraçado, com diálogos "WTF?!!" dos personagens bizarros. Um exemplo é o diálogo entre o professor de poesia e Song Book, no momento em que eles se encontram pela primeira vez:


- Sabe, na verdade sou lésbica e frígida. Fiquei assim quando o São Bernardo que eu criava se tornou amante de mamãe.
- Não brinca!, aconteceu igualzinho comigo!Tornei-me um homossexual impotente desde o dia em que quebrei o apontador de lápis que eu usava na escola elementar.  

Nas passagens em que o professor de poesia tenta explicar o que ele faz, como ele começou a escrever, o leitor sente que o protagonista é um incompreendido. Ele pensa muito em poesia, até que esses pensamentos começam a provocar acidentes em seus trabalhos. Há poucos leitores de seus trabalhos, e um deles é sua própria mãe, que recebe as poesias e envia de volta uma quantia em dinheiro. Para ela, o que há por trás dos versos de seu filho é um pedido de ajuda financeira! 

"Sayonara, Gangsters" é divertido no começo, mas na medida em que se avança na leitura o livro parece perder um pouco de seu fôlego. Mesmo assim, vale a pena dar uma olhada nesse livro caótico, que tem até duas páginas de mangá shoujo e explicações desenhadas vindas de um jupiteriano.

Astral do livro:








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