Resenha: Kitchen
Banana Yoshimoto
Nova Fronteira
168 páginas
168 páginas
Tradução de Julieta Leite
"Kitchen" era um dos livros que estavam na minha listinha de aquisições, mas não era um dos mais desejados. Tinha como prioridade comprar os livros do Haruki Murakami que me faltavam - Minha Querida Sputnik, Kafka à Beira-Mar, entre outros -, mas o preço deles, mesmo os de segunda mão, estavam muito além do que eu estava disposta a gastar. Dando uma boa garimpada no site da Estante Virtual, e já com um dinheirinho separado para as compras literárias, busquei o nome da Banana Yoshimoto e, bingo!, várias opções de preço bom para "Kitchen".
Havia, claro, muitos preços tentadores, mas as opções de pagamento dos sebos que atraíram minha atenção não eram boas. E as condições dos exemplares, descritas pelos livreiros, davam a entender que muitos deles estavam em estado razoável (o que gerou um certo receio de comprar). Por sorte, achei um livreiro que colocou um exemplar em ótimas condições, por um preço um pouquinho maior que o dos demais vendedores, mas com frete camarada.
Recebi o livro rapidamente, e logo que abri o pacote já me lembrei do tratamento gráfico dado pela Nova Fronteira ao único título da Yoshimoto publicado no Brasil. Sobrecapa, capa com papel texturizado, uma folha de papel vegetal estampada com flor de cerejeira antes da folha de rosto. Achei muito bacana todo o cuidado para um livro que foi lançado em 1995. Um tipo de tratamento gráfico que é difícil de achar em livros atuais. Como eu havia dado uma pausa na leitura de "Quarto Escuro", de Junnosuke Yoshiyuki, achei melhor começar a ler "Kitchen" para não atrapalhar o andamento do blog.
Bem, agora vamos ao que interessa de fato, que é a história. "Kitchen" é dividido em três partes, sendo que as duas primeiras são ligadas entre si, e a segunda, chamada de Moonlight Shadow, é uma história diferente.
A história da primeira parte tem como protagonista a jovem Mikage Sakurai, órfã de pai e mãe, e que acaba de perder recentemente a avó, seu último laço de sangue. Sozinha na casa onde viveu por um bom tempo, Mikage encontra consolo no ambiente que mais gosta: a cozinha, que, obviamente, é o "kitchen" do título. O período de tristeza decorrente do vazio familiar acaba com o convite da família Tanabe, que vê a solidão da garota e decide ajudá-la.
O convite a Mikage chega com o jovem Yuichi, atendente da floricultura onde a avó da garota ia com frequência. Sem conhecer direito o rapaz, que a ajudou no funeral da velhinha, Mikage decide aceitar o convite e vai até a casa dos Tanabe. Lá ela conhece a mãe do rapaz, Eriko, e acaba encontrando um ambiente acolhedor em um momento difícil. Os três acabam formando uma divertida família.
A segunda parte é uma continuação, aberta com uma perda chocante para Mikage (e também para o leitor). Mas aí vemos como a personagem se desenvolve, colocando um ponto final na solidão que sempre a perseguia.
Moonlight Shadow, que fecha o livro, tem como personagem principal a jovem Satsuki, que sofre a perda de seu namorado em uma tragédia. Para superar a dor, ela contará com a ajuda de personagens um tanto excêntricos, que também foram afetados por perdas trágicas. Há uma pincelada de fantasia nessa terceira parte, que ajudará os personagens a não ficarem mais imóveis e remoendo sempre suas perdas.
Todas as três partes giram em torno do tema da perda, da morte que pega as pessoas de supetão e as deixam desnorteadas por um certo tempo. Os textos são simples e leves, mesmo tocando em um assunto terrível que é a morte. Mas numa comparação entre as três partes, as duas primeiras me agradaram mais, talvez porque a história de Mikage se encerre e se desenvolva de maneira mais convincente que a Moonlight Shadow, que me deu a sensação de incompletude. Mas Moonlight não é ruim, muito longe disso; apenas achei que faltou mais história, que a autora poderia esticar só mais pouquinho! (Digo isso porque estava gostando muito do livro)
Depois de terminar "Kitchen", fiquei triste por ver que nenhuma outra editora se interessou em trazer mais títulos da Banana Yoshimoto para o Brasil. A autora tem mais de 30 títulos publicados no Japão, e muitos deles já foram publicados na Ásia, Europa e América do Norte. Há títulos traduzidos por editoras portuguesas, mas são caros e demoram mais de dois meses para chegarem. Penso na possibilidade de importar os que forem acessíveis ao meu bolso, mas até isso acontecer vai demorar um bocado.
Astral do livro:
Avaliação:
A segunda parte é uma continuação, aberta com uma perda chocante para Mikage (e também para o leitor). Mas aí vemos como a personagem se desenvolve, colocando um ponto final na solidão que sempre a perseguia.
Moonlight Shadow, que fecha o livro, tem como personagem principal a jovem Satsuki, que sofre a perda de seu namorado em uma tragédia. Para superar a dor, ela contará com a ajuda de personagens um tanto excêntricos, que também foram afetados por perdas trágicas. Há uma pincelada de fantasia nessa terceira parte, que ajudará os personagens a não ficarem mais imóveis e remoendo sempre suas perdas.
Todas as três partes giram em torno do tema da perda, da morte que pega as pessoas de supetão e as deixam desnorteadas por um certo tempo. Os textos são simples e leves, mesmo tocando em um assunto terrível que é a morte. Mas numa comparação entre as três partes, as duas primeiras me agradaram mais, talvez porque a história de Mikage se encerre e se desenvolva de maneira mais convincente que a Moonlight Shadow, que me deu a sensação de incompletude. Mas Moonlight não é ruim, muito longe disso; apenas achei que faltou mais história, que a autora poderia esticar só mais pouquinho! (Digo isso porque estava gostando muito do livro)
Depois de terminar "Kitchen", fiquei triste por ver que nenhuma outra editora se interessou em trazer mais títulos da Banana Yoshimoto para o Brasil. A autora tem mais de 30 títulos publicados no Japão, e muitos deles já foram publicados na Ásia, Europa e América do Norte. Há títulos traduzidos por editoras portuguesas, mas são caros e demoram mais de dois meses para chegarem. Penso na possibilidade de importar os que forem acessíveis ao meu bolso, mas até isso acontecer vai demorar um bocado.
Astral do livro:
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