Resenha: Quinquilharias Nakano
Quinquilharias Nakano
Hiromi Kawakami
Estação Liberdade
284 páginas
Tradução de Jefferson José Teixeira
Um livro leve e engraçado sobre o cotidiano e os dramas pessoais dos funcionários de uma loja de quinquilharias usadas: é assim que descrevo o livro Quinquilharias Nakano, primeiro título da autora Hiromi Kawakami trazido ao Brasil pela editora Estação Liberdade. Sem um enredo fechado, este livro mostra as situações banais envolvendo os personagens Haruo e Masayo Nakano, Takeo Kiryu e Hitomi Suganuma, às voltas com relacionamentos amorosos e clientes bizarros.
Haruo Nakano é o patrão e dono da Quinquilharias Nakano, uma loja que é equivalente ao que conhecemos como pregão ou brechó (não chame de antiquário, pois o patrão não gosta). Nela, vende-se um pouco de tudo: roupas, artigos decorativos, móveis, eletrodomésticos, objetos de arte. A maioria desses produtos têm origem em "retiradas" que o senhor Nakano faz em casas de famílias que estão de mudança ou que estão se desfazendo de bens que foram de pessoas falecidas. A irmã mais nova do senhor Nakano, Masayo, é uma artista de meia idade que está em um relacionamento complicado, mas não perde tempo em implicar com a vida amorosa do irmão.
Hitomi, a protagonista e narradora do livro, é uma jovem que trabalha como caixa na loja do senhor Nakano. É ela quem tem de aguentar as pérolas do patrão, que a faz também de detetive apenas para ficar de olho em Masayo. Com sentimentos mistos de raiva e amor em relação a Takeo, seu colega de trabalho, Hitomi passa quase o livro inteiro às turras com o rapaz, não sabendo definir o que se passa entre eles. Takeo, o crush de Hitomi, é um funcionário calado, que ajuda o senhor Nakano nas retiradas, fazendo um pouco de tudo dentro da loja. O livro mostra o impasse no relacionamento dos dois jovens funcionários, com Hitomi investindo mais em Takeo, e este sem saber o que fazer.
Além dos funcionários da loja e dos irmãos Nakano, há personagens estranhos e não menos curiosos, como a amante de Nakano, Sakiko, ela também atuante no ramo de objetos usados; Tadokoro, o velhinho safado que tenta vender fotos eróticas; Tokizo, conhecido como Garça, responsável por introduzir o sr. Nakano no mundo dos leilões virtuais; e Maruyama, o amante de Masayo que tem problemas com os proprietários do prédio onde mora. Há clientes interessantes que geram situações engraçadas para a loja do sr. Nakano, responsável por avaliar o preço de cada produto oferecido a ele.
Além dos funcionários da loja e dos irmãos Nakano, há personagens estranhos e não menos curiosos, como a amante de Nakano, Sakiko, ela também atuante no ramo de objetos usados; Tadokoro, o velhinho safado que tenta vender fotos eróticas; Tokizo, conhecido como Garça, responsável por introduzir o sr. Nakano no mundo dos leilões virtuais; e Maruyama, o amante de Masayo que tem problemas com os proprietários do prédio onde mora. Há clientes interessantes que geram situações engraçadas para a loja do sr. Nakano, responsável por avaliar o preço de cada produto oferecido a ele.
Dessa mistureba de personagens estranhos, surge um excelente livro que versa sobre solidão, relacionamentos complexos e uma certa dificuldade de comunicação. Durante todo o livro, os diálogos passam por comentários meio sem sentido, muitas expressões de espanto e desatenção (ahn?, ah!, como?), e algumas conversas não vão pra frente. Interessante notar como a autora coloca os diálogos: enquanto um personagem conversa com outro, uma conversa tida anteriormente é trazida à tona na cabeça de Hitomi, misturando os tempos. Não sei como se chama esse tipo de recurso (se é que tem um nome), mas o que posso dizer é que o resultado ficou muito bom e diferente do que estou acostumada a ler.
Por fim, o que tenho a dizer é: leiam este livro! Eu já estou com "A Valise do Professor", também da Kawakami, na fila de leituras, e a expectativa em relação a ele é enorme. ;)
Astral do livro:
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