Resenha: Um grito de amor do centro do mundo
Kyoichi Katayama
Editora Alfaguara
155 páginas
155 páginas
Tradução de Lica Hashimoto
"Um grito de amor do centro do mundo" foi lançado em 2011 pela editora Alfaguara, conhecida por lançar os títulos mais recentes de Haruki Murakami no Brasil. De autoria de Kyoichi Katayama, o livro alcançou grande sucesso na época de seu lançamento no Japão, em 2001, tendo vendido milhões de cópias e dado origem a mangá, série de TV (dorama) e a um filme. A série de TV ficou famosa no Japão, ganhando adaptação para a televisão sul-coreana também.
O título havia me chamado a atenção depois de eu ter visto o dorama, protagonizado por Haruka Ayase como Aki e Takayuki Yamada como Sakutarô. Confesso que quando assisti a série fiquei com uma dor imensa na garganta, segurando o choro de tão triste que é a história. O enredo é clichê, daquelas histórias românticas em que um casal tem sua vida abalada pela doença grave de um dos parceiros, e o que se vê é o desenrolar de uma tragédia. Ai que droga!! :/
Chamou a atenção também o fato de que Katayama teve a ideia de escrever o livro após ler uma frase dos pensadores franceses Felix Guattari e Gilles Deleuze, que consta no livro "O que é filosofia": "o amor é um tipo de violência que nos obriga a pensar".
No mesmo ano em que eu havia visto o dorama (isso em 2007), soube que o mangá inspirado no livro seria lançado pela editora JBC. Com o título Socrates in Love, a versão em quadrinhos não me satisfez muito, por ser uma história bem reduzida, sem os detalhes que me encantaram na série de TV. Procurei saber se o livro tinha alguma versão em português, mas nada. Só 4 anos depois é que o livro chegou por uma boa editora.
A história mostra o desenvolvimento do amor entre Aki Hirose e Sakutarô Matsumoto, dois jovens que vão se conhecendo melhor depois de visitar um colega de classe internado, chamado Oki. Estudando na mesma classe, os dois vão pouco a pouco construindo uma relação bela, cercada também de muita reflexão sobre a vida, o amor e a morte. A história é contada por Sakutarô e não segue uma narrativa linear, já que as passagens vividas ao lado de Aki se embaralham com fatos recentes lembrados pelo protagonista.
Aki é uma menina popular na escola, representante de classe ao lado de Sakutarô, o que desperta a inveja dos demais rapazes da escola. Mesmo fora do ambiente escolar, os dois estão sempre juntos, nas andanças e cumplicidade que posteriormente se transformam em um romance. Nas conversas, traçam planos para o futuro, no qual um não se vê sem o outro.
O clima de amor adolescente se quebra com o repentino adoecimento de Aki, acometida por uma grave enfermidade. Com o organismo seriamente comprometido, a garota passa os dias internada no hospital, muitas vezes sem poder ter o contato com Sakutarô. O agravamento da saúde da garota faz com que os planos do jovem casal fiquem cada vez mais distantes. Ciente do que pode acontecer, Sakutarô toma a iniciativa de realizar pelo menos um dos desejos de Aki.
"Um grito..." é rápido e fácil de ser lido, com um texto simples e acessível, fato que não tira a sensibilidade da história. Pensei que leria um texto muito meloso, digno dos dramalhões, mas o que vi foi algo diferente, um diálogo recheado de reflexões. Há claro, as juras entre o casal - seria muito estranho se elas não existissem -, mas nada de exageros.
Confesso que senti uma ponta de tristeza depois de terminar o livro, mesmo já sabendo como tudo terminaria. Apesar da premissa clichê, a história é bonita de ser lida, pois mostra como em algum momento da vida nós iremos nos separar das pessoas mais especiais que passaram pela nossa existência.
Astral do livro:
Avaliação:
Aaaaah, eu quero taaanto ler esse livro. ;; Chorei litrus com Socrates in Love, dai só então descobri que existia o livro e o dorama e fiquei doida pra ir atrás. ><
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